Navego, pois navegar é preciso!
Singrando me vou por reais mares distantes ou por tolos e falsos devaneios errantes.
Nas sombras dos meus naufragios, desfalece minha arrogância diante da vida - Ah, a vida!... Em quantos vagalhões transbordarão ainda, essas minhas lágrimas incontidas.
O vento sopra acariciando meu rosto e beijando meus lábios... Lembro-me de alguém...
Lembro-me dos muitos caminhos por onde andei e dos amores com os quais, apenas sonhei.
Vejo quantas coisas fiz, desfiz ou deixei de fazer, porque assim me guiaram as minhas vontades... As minhas verdades... As minhas mentiras...
Dizem que os velhos falam sobre o que fizeram, que os moços do que fazem e os tolos daquilo que irão fazer... Porque tolice é falar do amanhã, mesmo na ilusão de que o futuro traga um outro "hoje", melhor do que hoje foi.
O passado é o hoje que se foi, assim como o futuro é o hoje que virá... Ou nunca virá!
Mas podemos e devemos sonhar... A realidade para muitos é severa demais!
Sonhemos então com o amanhã, mesmo que ele nunca venha. Renovemos nossas almas, nas alegrias do ontem, mesmo que os moinhos não se movam pelas águas que já se foram.
O tempo nos levará à todos... Ao seu devido tempo!
Levará os realistas, bem como os sonhadores... Os fortes e fracos... Os bons e os maus...
Deixo minhas marcas pelas areias do tempo e voo alto nas asas dos ventos.
Fiz de terras distantes a minha morada, mas sempre soube onde seria minha alvorada.
Os caminhos nos levam e nos trazem, de tantos encontros e desencontros.
As vezes desejamos parar, mas continuamos... As vezes desejamos prosseguir, mas estacamos.
Não há respostas para tantos "por quês", portanto não viva a vida colecionando perguntas, que nunca serão respondidas.
... Ouço aquela canção: "Há tanta vida lá fora..."
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